Massa de malagueta

Estas férias, andei preguiçosa. Não fiz compotas, como em anos anteriores (apenas um chutney, ainda em julho), e as nossas refeições foram sempre muito simples. Grelhados e saladas, essencialmente.

Num dia de agosto, venci a preguiça e, juntamente com o meu pai, fiz massa de malagueta, com as malaguetas da nossa horta. Eis a receita:

Calçar umas luvas. Este passo é obrigatório, pois as malaguetas largam um líquido muito forte e agressivo, que provoca ardor e borbulhas na pele. Por esse motivo, aconselho a que façam esta tarefa ao ar livre, pois o cheiro pode provocar irritações nos olhos.

Arranjar as malaguetas, tirando-lhes os pés, as membranas e as pevides (se deixarem estas últimas, a massa ficará mais picante). Moer as malaguetas (na Bimby é muito rápido, mas podem usar um 1-2-3 ou um robot de cozinha qualquer – o meu avô, de quem herdámos esta receita, utilizava um moinho manual).

Para cada kg de massa, juntar 200 g de sal grosso. Mexer e colocar uma tampa, deixando uma pequena abertura, ou cobrir com um pano. Todos os dias, mexer a massa, pelo menos uma vez. Ao fim de poucos dias, a massa estará pronta a utilizar. No entanto, deve-se deixar curar um mês, antes de a colocar em frascos esterilizados, pois só assim se conservará.

Para conservar a massa nas melhores condições, procederei da mesma forma como procedo quando quero guardar compotas ou chutneys: fervo os frascos (e as tampas) e ponho-os a escorrer sobre um pano limpo. Encho-os com o produto e viro-os ao contrário, de modo a que criem vácuo natural. 

Podem utilizar a massa de malagueta para temperar carnes ou peixes, na tradicional vinha-de-alhos, ou como entrada, com pão e queijo fresco (iguaria típica açoriana, que poderá ser encontrada em muitas tasquinhas e restaurantes típicos). 

Espero que tenham gostado deste post mais picante do que o habitual :)

Ilídia