Quem conhece as nossas nove ilhas sabe que cada uma dela tem a sua geografia tão peculiar, as suas tradições gastronómicas e o seu falar característico, que não é o tipificado por açoriano, associado ao falar da ilha maior de São Miguel.
Esta nossa ilha Terceira é conhecida pela arquitectura dos edifícios, nomeadamente a cidade de Angra do Heroísmo, onde vivo, que é Património Mundial e cidade-irmã de Évora, pelas festas de Verão e pela Festa-Brava, quer seja na vertente da tourada de praça quer no toureio de rua, com as famosas touradas à corda.
E é aqui que entram estas favinhas.
Devem estar a pensar o que é que touros tem a ver com comida.
Passo a explicar.
Cada tourada de rua ou tourada à corda é caracterizada pelo toureio de quatro touros que são atiçados, por quem tem ousadia de lhes fazer frente, com um pano vermelho ou com o tradicional guarda-chuva preto. O touro, amarrado por uma corda, que não sendo elástica se estende pelas artérias da freguesia, sabiamente controlada por um conjunto de quatro ou cinco pastores, leva alegria à gentes, que se debruçam nas varandas, quase sempre mulheres, coloridas pelo desfilar das indumentárias festivaleiras que também servem de atracção para um piscar de olhos e, quem sabe, compromisso futuro. Nesse dia, as mulheres, que abrem as portas de suas casas aos amigos e às amigas, são as responsáveis pelo 5º touro mais conhecido pelos comes e bebes. Destes tradicionais pitéus gastronómicos fazem parte as célebres favas escoadas.
Porquê escoadas?
Patrícia, adorei as tuas favas. Aliás, das touradas, só gosto mesmo do quinto toiro. Os outros, por mim, ficavam todo o ano a pastar, em vez de serem atiçados, sob um calor abrasador. Mas gostei da tua explicação, até porque nem toda a gente tem que ser anti-touradas, como eu. E os nossos leitores vão, pelo menos, ficar a saber que não falamos micaelense :) Um beijo e bom fim de semana.
ResponderEliminarhummmm que delicia esse pratinho de favas vou a feira ver se encontro e fazer igual a sua!!
ResponderEliminarbeijo
Adoro favas !!!! e os meus filhotes tambem.....os toiros pois estes por mim, tambem ficavão lá no mato. Vive ná ilha a 14 anos, conta-se nos dedos as touradas que já fui ver...O bom fim de semana para ti :) jinhos D.
ResponderEliminarOlá Patrícia, que bela explicação da nossa tradição só não compreende o que nos vai no sangue quem não quer!
ResponderEliminarVais me desculpara a ousadia, mas faltou a parte em que as favas são escoadas numa peneira em folhas de feito para depois sim serem temperadas, porque quem lê pode endender que deita-se o molho nas favas ainda com água!lol
Excelente foto mesmo a apetecer trincar uma uma!
Beijinhos
De touradas não gosto, agora de favas sou fã, e estas devem ser fantásticas
ResponderEliminarUm beijinho
Mas que bela receita! Gostei e gostei também da explicação.
ResponderEliminarBeijos.
Uma bela receita de favas diferente das tipicas favas com enchidos que só com o cheiro já engordamos rsrsrsrs.
ResponderEliminarExperimenta colocar coentros picados.
Beijinhos
Flor
Olá Patrícia, gostei de saber sobre a tradição da vossa ilha, não fazia ideia.
ResponderEliminarApesar de não gostar de favas, reconheço que estão muito apetitosas.
Um beijinho.